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Programa inovador trabalha as emoções nas escolas do município
Publicado em 28/02/2024 às 11:53
Por ASCOM
Em menos de um ano, o programa Emoções já alcançou mais de 1.300 alunos da rede municipal de ensino. O programa, inédito no município, surgiu a partir de diferentes demandas observadas nas escolas e também pelo compromisso com as competências socioemocionais, que fazem parte da Base Nacional Curricular Comum – BNCC, integradas às dez competências gerais. Na essência, trata-se de um programa de educação socioemocional que busca o fortalecimento do eu e cuidado com o outro.
Para a secretária de Educação, Josileni Hahn Tomazi, crianças e estudantes que não reconhecem e compreendem suas emoções tendem a ter maiores dificuldades na escola. “Em casa, na escola, no trabalho, no parque... As emoções estão por toda parte e guiam a vida das pessoas. Os sentimentos influenciam no desenvolvimento, nos relacionamentos e na aprendizagem”, defende a idealizadora do programa.
E por isso surgiu o Emoções. Uma oportunidade inovadora e exclusiva para que crianças e estudantes possam compreender e desenvolver suas emoções.
Conforme explica Josileni, para coordenar o programa foram contratados dois psicólogos que estão nas escolas semanalmente e realizam atividades individuais e coletivas em busca do desenvolvimento emocional. Mas pais e professores também participam. “Vivemos uma era na qual emoções e sentimentos interferem diretamente no cotidiano escolar e na vida. Ao mesmo tempo em que temos ferramentas digitais que nos conectam com pessoas de diferentes lugares do mundo, que nos proporcionam milhares de amigos virtuais, que nos oferecem likes, existem muitas fragilidades internas e pessoais a serem cuidadas e valorizadas”, destaca.
Ela observa que na sociedade atual – mais complexa, incerta e ambígua – ganham força as fragilidades emocionais. “As pessoas passam a viver mais ansiosas, isoladas, desmotivadas e depressivas, desconectadas do coletivo real, com o qual precisam interagir, seja na escola, no trabalho ou outros grupos sociais”, reflete a secretária.
Para ela, não cabe mais à escola apenas repassar conhecimentos historicamente produzidos ou conteúdos aos educandos. “A escola precisa ajudar crianças, estudantes e adultos a desenvolver habilidades e competências para conviver e se desenvolver em um mundo de constantes transformações”, resume.
Como funciona
A educação socioemocional visa desenvolver fatores sociais e emocionais envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem, contemplando as diversas esferas do desenvolvimento humano, como o físico, cognitivo, social e emocional, valorizando habilidades relacionadas à autogestão dos comportamentos e emoções.
Para potencializar o desenvolvimento do programa, a SMED conta com os psicólogos Renato da Silva Barbosa, que atua na Educação Infantil, e Juliana Bonatto, que trabalha no Ensino Fundamental.
De acordo com a psicóloga Juliana, no ensino fundamental são realizadas intervenções nas turmas com propostas elencadas com as equipes diretivas, professores, auxiliares de ensino e os próprios alunos. São exemplos de atividades as entrevistas, rodas de conversas, palestras, projetos de pesquisa e reuniões com as turmas e famílias sobre temas importantes para esse público. Assuntos como ansiedade, baixo rendimento escolar, bullying, fortalecimento da autoestima, compreensão e identificação do processo de pertencimento, autoconhecimento, gravidez, autismo e habilidades socioemocionais, recebem uma abordagem especial e profissional nos mais diversos momentos.
Na Educação Infantil, o trabalho também envolve todos os agentes que compõem a educação, a fim de garantir ao máximo o bem-estar e a qualidade de vida das crianças. No ano passado, o programa focou em observar os sentimentos desenvolvidos nas crianças durante a pandemia para reestruturar e restabelecer a comunicação entre os agentes que compõem a educação. Ações envolveram observações das crianças dentro do ambiente escolar, conversas com a equipe da escola, estratégias e sugestões, contação de história sobre como lidar com as emoções, elaboração de cartilhas e outros, totalizando 23 reuniões com as famílias das cinco escolas de Educação Infantil. “Observamos a melhora, tanto nos comportamentos das crianças, quanto na comunicação entre as famílias e as escolas”, observa o psicólogo Renato, reiterando que o trabalho segue fortalecido neste ano, para continuar melhorando cada vez mais o contexto escolar.
Para a secretária Josileni, mesmo em tão pouco tempo, o programa Emoções já colhe muitos resultados positivos. “Dentre eles, podemos citar as reuniões realizadas com as famílias, as formações de profissionais e as atividades oferecidas diretamente para as crianças e estudantes. Em menos de um ano, já é possível perceber que nossos estudantes estão ampliando a capacidade de gerenciamento das suas emoções, qualificando as relações e interações com professores, colegas e família”, comemora. “Nosso desejo é que Programa Emoções transforme vidas. Para 2024, fortaleceremos as estratégias já utilizadas e implementaremos novas ações”, projeta a gestora, realizada com os resultados que já estão acontecendo.